terça-feira, 19 de abril de 2011

Anna Muylaert tem encontro marcado com espectadores CineMulti


Anna Muylaert tem um encontro marcado com os espectadores da mostra Cinemulti após a exibição de seu mais recente longa-metragem É PROIBIDO FUMAR.  O filme, que será exibido na Mostra Cinemulti, conta a história de Baby (Glória Pires), uma fumante inveterada que vive no apartamento herdado pela mãe e dá aulas de violão. Ela tenta largar o cigarro depois de iniciar um romance com Max (Paulo Miklos), um músico que ganha a vida como cantor de churrascaria. Uma história trivial que nas mãos de Anna Muylaert tenta mostrar que qualquer vida, qualquer relacionamento são ricos, contraditórios e malucos quando vistos de perto.
A paulista Anna Muylaert tem extensa folha corrida a serviço da televisão e do cinema. Estudou cinema na ECA, tradicional escola da USP. Como roteirista participou de importantes programas infantis como ‘Mundo da Lua’ e ‘Castelo Rá-Tim-Bum’. No formato curta-metragem, roteirizou e dirigiu os premiados filmes ROCK PAULISTA, AS ROSAS NÃO CALAM e A ORIGEM DOS BEBES SEGUNDO KIKI CAVALCANTE, que recebeu vários prêmios: Rio Cine, Cine Caerá, Jornada da Bahia, Festival do Maranhão, Festival Mix Brasil e prêmio Multishow.
Anna assina ainda roteiro e direção de dois longas-metragens.  DURVAL DISCOS (2002) recebeu vários prêmios em festivais nacionais e internacionais, entre eles o 30°Festival de Gramado.  É PROIBIDO FUMAR (2010) levou pra casa cinco categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e o 42° Festival de Brasília.
Anna Muylaert conversou com a produção da Mostra Cinemulti por email.
1 - Anna, você está exibindo seu filme para um público que está muito acostumado com a linguagem televisiva, e nada familiarizado com a linguagem cinematográfica. É um público diferente dos expectadores habituais de seus filmes? 
Não sei dizer, acho que o espectador médio é mais acostumado com TV. O filme tem uma historia simples, mas contada de um jeito um pouco mais complicado do que costuma ser na TV. Então isso gera debate, sempre.

2- Sabemos que o consumidor de cinema é de forma geral, gente com poder aquisitivo maior.  Que reações esta nova linguagem causa ou podem causar nas comunidades pobres?
Os filmes sempre passam na TV alguma hora, onde todos têm acesso. Este filme ainda não passou na Globo, mas o anterior, Durval Discos, que é bem mais difícil já. E as reações foram boas.

3- Você trabalhou em diversas produções infantis, e também dirigiu filmes para o público adulto. Há muita diferença entre fazer cinema e tevê para crianças e para adultos? 
 
Sim, ha diferença porque quando trabalho para crianças penso na formação delas, em dar auto-estima, em referenciá-la como centro de seu próprio mundo, sempre. E quando trabalho para adultos vou mexer em questões mais complexas, mais difíceis de entender, ate para mim mesmo.
4- Li certa vez que após escrever Durval Discos, você largou o trabalho e alugou uma casa em Paraty. No processo criativo, é importante o desligamento das rotinas e o isolamento de certo modo, do meio em que convive?
Fui morar em Paraty depois de ter feito o Durval Discos e passado mais de um ano viajando sem parar. Eu fiquei cansada, exaurida e precisava de um tempo. Mas não acho que isso seja regra. Às vezes você esta em São Paulo e esta cheia de energia criativa. Depende. O importante é, se você estiver cansado, da uma parada no box para abastecimento. Isso é vital.

5- A Mostra Cinemulti está oferecendo algumas oficinas de audiovisual para os jovens da comunidade. Alguns inclusive já vieram de outras oficinas, estão nos ajudando na produção do evento e demonstram algum talento e muita vontade de falar. Para eles, que não tem as mesmas oportunidades dos jovens da cidade grande – em formação e profissionalização – qual seria um caminho para dar continuidade a esse objetivo de trabalhar no cinema ou na televisão.
Acho que o youtube esta aí para democratizar tudo isso. O mais importante é praticar, estudar e por no mundo o que você faz. Se isso for algo realmente importante para a pessoa, aos poucos ela vai se desenvolvendo e procurando seus caminhos.  Tudo o que é feito com inteligência acaba achando seu caminho.

Quem tiver outras perguntas pra fazer a Anna pode vir a Praça das Mangueiras no dia 15 de maio, um domingo, a partir das 20:00.


Por Fernanda Pennachia Casonatti – Assessoria de Comunicação


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